quinta-feira, 11 de junho de 2015

«Vem. Eu espero.»

Deitei-me agora. Há um vazio na cama no lugar que outrora ocupaste. Falta o conteúdo entre os contornos do teu corpo. Deixei o perfume na almofada para que venhas a meio da noite impedir que ele fuja. Não é uma loucura. É uma simples esperança. Mas o chato das esperanças é que são demasiadamente demoradas. São para quem quer; são para quem sonha; são para quem não tem medo de esperar. Tenho o lugar guardado para que nele te venhas deitar sem avisares. Adormece ao meu lado. Sussurra-me ao ouvido segredos de amor, beija-me de mansinho, dá-me a mão e acerca-me do teu peito. A meio da noite acordaremos os dois e ficaremos calados, a trocar olhares e sorrisos envergonhados. Vem. Eu espero.
Boa noite.