quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Natal

O Natal chega e com ele aquele cheirinho a luz nos ramos dos pinheiros. A casa enche-se de sonhos e sorrisos. Os presentes juntam-se ao lado da lareira, esperando a manhã de 25.
Anseia-se o ano todo pelo jantar de família, as trocas de lembranças, as doces filhoses e as histórias contadas ao quente do amor. Pantufas nos pés e pijama, de caneca na mão e a manta sempre atrás. Há barulho em todos os quartos, bolachas na mesa, papéis rasgados no chão, música por todo o lado.
Uma paz agitada paira no ar, enlaçada nos flocos de neve que caem na rua. Todos nos sentimos crianças outra vez e o mundo é do tamanho da nossa sala. Temos o melhor presente na mão e damo-lo ao outro. Partilhamos abraços. Cantamos alegria. Desejamos feliz Natal!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vou-te contar um segredo - gosto de ti.
Não é um segredo por só tu o saberes. Faço questão que todo o mundo o saiba. É segredo porque os segredos são especiais e para ser guardados no fundo de nós. Gosto de ti e de todas as manias e maneiras de ser. Gosto quando sorris por isso tento animar-te quando choras. Gosto quando te concentras em algo e depois olhas para mim, só porque sim. Lá no fundo, ainda gosto de ti quando não me percebes e te chateias com as minhas péssimas explicações. Parecemos dois idiotas por discutirmos, mas é normal. Somos pessoas pouco experientes. E às vezes esquecemo-nos disso. Gosto de como tentamos sempre resolver as coisas e tu, com a tua calma genuína, me abraças e dizes que está tudo bem.
Gosto de ti e gosto de gostar de ti. Gosto das tuas marcas e sinais. Das tuas cicatrizes e feridas que me deixas ajudar a sarar. Gosto da tua voz falada e cantada. Gosto dos teus desenhos simples que tanto trabalho te dão. Gosto da tua dedicação às coisas e às pessoas e como tentas deixar tudo melhor. Gosto das tuas gargalhadas que te saem do peito, da testa franzida quando estás sério e quando me abraças quando tens saudades. Gosto de me sentir pequena ao teu lado e grande quando estou contigo.
Guarda bem este segredo – gosto de ti.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Preciso de precisar de ti. Necessito daquele riso profundo que faz com que tenhas aquele ar tão natural e sereno. Sabes de algo que me apaixona em ti? O teu olhar. Para além dos teus lindos olhos, vejo-te. Vejo por vezes tristeza, por vezes alegria, sempre amor. E esse amor apaixona-me sempre. Quantas figuras faço quando paraliso a observar-te e a decorar-te. Reparo nos mais pequenos pormenores e deixo-me rir quando os prevejo.
Gosto do carinho dos teus beijos e do áspero das tuas mãos nas minhas. Do teu sorriso nas fotos e dos teus comentários quando as vês. Da tua voz quando me cantas ao ouvido e te calas por ficares envergonhado. Adoro quando te penteias e perguntas se estás bem e eu digo que sim apesar de para mim não haver melhor que o teu eu despenteado. Quando dizes sem ninguém ver - gosto de ti - e sorris. Quando te tentas fazer de forte e deixas cair uma lágrima no meu ombro. Quando te magoas e me deixas tratar-te as feridas.
Deixa-me apaixonar por ti todos os dias. Deixa-me olhar-te nos olhos e dizer o quão especial és. Deixa-me precisar de ti.


quinta-feira, 30 de julho de 2015

Cartas de amor

O que seria do amor sem cartas? Sem declarações loucamente sinceras de paixão carinhosa. Sem o «do teu José» para a «Livinha muito amada» e as saudades entre cada notícia escrita. Em folhas já meio rasgadas e cheias de marcas do tempo está a historia de um amor que dura mais de cinquenta anos. Um amor em cartas. Um amor em preocupações e novidades partilhadas por letras desenhadas a esferográfica em papel amarelado.
Todos os amores querem cartas e este teve todas as que qualquer um pode querer. O amor requer paciência, rigor e precisão no delinear das palavras. Não são precisas grandes aventuras para que seja escrita uma carta e para fazer dela uma carta de amor. São o conjunto de várias que por contarem uma verdadeira história, fazem delas provas desse amor.
Amor escrito.
Longas histórias.
Amizade e união.
Boas novas apressadas.
Declarações demoradas.
Laços em construção.
Letras contorcidas.
Papéis amassados.
Correspondência apaixonante.
Cinquenta anos amados.
Uma vida a dois.
Mil experiências vividas.
Serenatas escritas.
Intimidades juvenis.
Conquistas sem beijos.
Distâncias de abraços.
Esperas eternas.
Reencontros infinitos.
Cartas de amor.
Amor.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Vou caminhando pela rua procurando-te em cada canto à luz dos candeeiros velhos sem saber por onde andas. Bate na cal das casas o prateado da lua. Gelo a pele com a brisa que sopra de mansinho. Não te escondas de mim. Encontro-te por entre vielas e avenidas cheias de nada. Numa estrela atrás de uma nuvem, num canteiro de rosas, num lençol branco a cheirar a sabão pendurado numa varanda verde. Encontro-nos abraçados debaixo de uma árvore, à beira rio, a trocar silêncios. Está frio e espero-te num banco de pedra. Hás-de chegar e segredar-me algo ao ouvido de olhos fechados. "Gosto de ti". Vais-te sentar ao meu lado e pegar-me na mão.
Continuo a andar por aí, à tua procura em tudo no meio do nada. Não vou parar enquanto não estiver colada ao teu peito, enquanto não tiver chocado contigo nos meus passos apressados. O amanhecer está a chegar e com ele o teu beijo de bom dia. Sei que também me procuras por aí no teu mundo. Há uma mistura de tons do luar e da aurora. Iluminava-me o caminho dourados e prateados puros. Não te percas por aí. Não te esqueças de mim. Vem. Demora o tempo que precisares.
"Gosto muito de ti".


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Funchal, my sweet home


Uma vida contigo

Não tenho o poder de prever o futuro nem o dom de mudar o passado. Não me arrependo de muita coisa e se pudesse mudaria muitas outras. Se me perguntassem como nos conhecemos, diria que crescemos juntos. Não quero imaginar uma vida contigo apesar de isso fazer parte da nossa evolução enquanto seres pré-adultos. Não quero casar contigo, nem ter filhos e netos. Não quero viver na mesma casa que tu. Não quero partilhar a vida com aquele que hoje partilha sorrisos e mágoas comigo. Não quero receber notícias tuas quando estiveres longe ou flores quando estiveres perto.
Ou talvez queira. Talvez imagine tudo isso uma e outra vez. Vezes sem conta.
Quando um dia esbarrarmos, onde o inesperado tem hora marcada, vamos estar como agora, o antigamente do futuro, a falar sobre como as nossas vidas tomaram rumos diferentes. Pode ser que continuemos assim, ou que tudo dê uma reviravolta gigante e o que é, mude. Tento não me preocupar muito com o que nos poderá acontecer. Nada é certo e a única certeza que tenho é que o que temos, por durar tanto tempo, não será finito. Se é errado gostar tanto de ti? Não sei se será. Mas a vida está repleta de erros propositados e necessários. Quantas palavras não deviam ter saído desta boca por serem tão demasiado sinceras. Quantos gestos deviam ter ficado por realizar. Sou tão jovem e idiota. Não sei ao certo o que é sentir o que alguém que ama sente. Mas não me podes culpar, eu tento. Tento não pensar tanto mas algo que me caracteriza é o pensamento constante. Mostrei-te incontáveis vezes o que és para mim, mesmo que na maioria delas, não te tenhas apercebido disso. Faço-o às escondidas.
Independentemente do amanhã, ainda temos o hoje. Aproveitemo-lo ao máximo porque afinal de contas, ainda nos temos um ao outro.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

«Vem. Eu espero.»

Deitei-me agora. Há um vazio na cama no lugar que outrora ocupaste. Falta o conteúdo entre os contornos do teu corpo. Deixei o perfume na almofada para que venhas a meio da noite impedir que ele fuja. Não é uma loucura. É uma simples esperança. Mas o chato das esperanças é que são demasiadamente demoradas. São para quem quer; são para quem sonha; são para quem não tem medo de esperar. Tenho o lugar guardado para que nele te venhas deitar sem avisares. Adormece ao meu lado. Sussurra-me ao ouvido segredos de amor, beija-me de mansinho, dá-me a mão e acerca-me do teu peito. A meio da noite acordaremos os dois e ficaremos calados, a trocar olhares e sorrisos envergonhados. Vem. Eu espero.
Boa noite.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Andas sempre de pasta na mão, cheia de folhas rabiscadas, rasgadas e amarrotadas. O carvão esborratado no branco dá forma a figuras concretas e abstractas. Desenhas o amor, a solidão, a paz e a inquietação. De um traço à toa crias um mundo de criaturas imaginárias. Não há na Natureza aquilo que passas para o papel e tu sabe-lo. Evoluis com o passar dos lápis. Melhoras à medida que os blocos avançam. Todos os dias inventas algo novo, mesmo que não te sintas inspirada. Tiras das mais pequenas coisas o fantástico da simplicidade. Experimentas a novidade, aventuras-te, falhas, rasgas, guardas, fazes bolas e mais bolas de papel e constróis um monte junto ao balde do lixo.
A tua pasta é a tua arca do tesouro. Preciosa. A tua identidade secreta que só dás a conhecer a quem queres. Manténs lá dentro desenhos racionais e irracionais. Desenhas como um artista de nome. És uma verdadeira artista, com o teu nome.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A vida é feita de acasos. É a história irreversível de pessoas como tantas outras que teimam em ser atropeladas pelos efeitos hostis da própria vida. Somos um livro cheio de capítulos intermináveis onde as palavras não são pensadas antes de existirem. Somos um livro de capa rija e opaca, que nada tem a ver com o seu conteúdo. Cada linha, cada parágrafo, cada folha. Cada conjunto de letras forma a nossa história. Define os gestos, palavras, ações e esquecimentos.
Nada acontece acidentalmente. Nem mesmo os acidentes que não sabemos porque acontecem. Tudo ficará registado no calhamaço da nossa existência para que, sem acasos, no fim possamos ter a melhor leitura que alguma vez teremos.

Margarida

Pediste-me para te escrever e não sei que dizer. És tanto que todas as palavras são poucas para que sejas justamente descrita como criatura extraordinária que és. Desde o início dos tempos viciaste-me na tua presença, na tua voz e nas tuas manias. Tens em ti uma imensidão de pensamentos enigmáticos, misteriosos e que sugam a atenção de qualquer pessoa que tenha a valentia de te conhecer. És um novelo de sentimentos, onde todos se tocam intimamente e se entranham uns nos outros. É confuso e é isso que faz querer ir mais além da superfície da tua personalidade.
Não te conheço inteiramente. Nem quero! Mas sei-te. Sei o porquê do teu nome, quantos dias passaram desde que foste concebida, o que esperas do mundo e alguns dos teus medos. É assustadora a alma das pessoas. Nunca saberemos a totalidade dos outros. Ainda bem. Até ao final dos nossos segundos saberei, com toda a certeza, apenas uma pequena parte de ti.
Tens uma beleza única e um jeito intenso de ser quem és. Tornas-te ímpar aos olhos de qualquer um. Ensinaste-me tanto e mudaste-me em diversos aspetos. Parte do que sou deve-se à amizade que mantemos intacta desde o primeiro dia que falámos. Partilhamos tudo o que mais ninguém conhece. Confiamos o que a mais ninguém o fazemos. Vivemos como ninguém vive.
Viciei-me na embriaguez do som das tuas palavras, no oculto do teu olhar, na força dos teus abraços, na veemência dos teus movimentos. Há em ti lágrimas e sorrisos, paixão e sofrimento. Há em ti um Universo. Há em ti, eu. Há em mim, tu.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

É suposto

É suposto sentirmos. Amarmos e sermos amados. Magoarmos e sermos magoados. É suposto podermos gritar e sussurrar. Sermos destruídos e construirmo-nos para que sejamos destruídos outra vez. É essa a essência da humanidade. É esse o objetivo de se ser humano. Não devemos evita-lo nem extingui-lo.
É suposto sofrermos. É suposto aprendermos, e reaprendermos, e voltarmos a aprender. Cairmos e tropeçarmos. Primeiro tropeça-se e cai-se, depois anda-se, para que um dia se voe (disse alguém um dia). É suposto sonharmos e levarmos chapadas da realidade. É suposto sobrevivermos aproveitando a vida. E os momentos. E tudo o que é único nela. É suposto cheirarmos o perfume das rosas e o fedor do esterco e sabermos distingui-los. É suposto sabermos. Faz parte de nós, aglomerado de gente igualmente distinta.
É suposto...

"apenas se olharam, olharem-se era a casa de ambos."


(Memorial do Convento)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Senta-te à minha frente. Dá-me as tuas mãos. Entrelacemos os dedos. Que fique o silêncio. Cansa-te de não te cansares disto. Fica. Respira fundo e simplesmente, fica. Olhemos pela janela, cheiremos as flores, sintamos o mar a molhar-nos os pés, dancemos com o vento. 
Haverá dias em que será quase impossível não sorrir. Em que sentiremos em nós uma estranha vontade de voar. No entanto, outros haverá virados do avesso. Uma corrida contra o tempo e a nossa própria vontade. Dias de sol onde só vemos nuvens. Brisas que nos descontrolam como furacões. Marés calmas que nos afogam como tempestades. Tudo tem a sua dificuldade e a sua beleza. Os desafios que se colocam à nossa frente, todos os dias, fazem-nos ter vontade de desistir. Correr. Partir e não voltar. Mas eu quero que fiques. Fica. Aproxima-se a hora de darmos as mãos e dançarmos a noite toda. Traz uma manta. Senta-te à minha frente. Vamos dormir sobre o acontecimento e sonhar com o presente. Sem pressa, fiquemos juntos, dia e noite. Sem te cansares, fica.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Hoje lembrei-me de ti. Não que te esqueça nos outros dias... Infelizmente estás bem presente nos meus pensamentos, diariamente. Mesmo quando não andas a vaguear na minha cabeça, aparece algo que te traz à tona. Quero tanto poder voltar a esquecer as letras desse teu nome, passar os meus dias sem que estejas presente na minha vida, fazer-te desaparecer totalmente de mim. Atormentas-me com a tua ausência. Quero-me livrar da tua presença. Porque és diferente daquilo que imaginei que deverias ser? Desiludiste-me desta ilusão magicamente destrutiva da minha esperança de um amor impossível. Não me é permitido prever o futuro, portanto não sei o que me espera. Não sei se estarás nele ou se finalmente te terei apagado num presente próximo. Inquieta-me esta incerteza. Irrita-me esta dependência dos meus pensamentos permanentemente fixados em ti. Mas continuarei a lutar com tudo o que tenho. Com as forças que ainda me restam. Com a esperança que me falta gastar para que saias e nunca mais voltes a perturbar o meu círculo de emoções fortes e confusas.
Chegará o dia em que me vou lembrar novamente de ti. Do teu nome e do significado que ele teve para mim. O nome, não tu. Não tiveste grande importância para o meu ser, mas influenciaste bastante a minha personalidade. Agradeço-te isso. Lembrar-me-ei de ti e com isso vou sorrir. Talvez com alguma tristeza, mas satisfeita por não ser o mesmo que é agora. Por não ser a mesma razão que me faz recordar de ti hoje.
Amanhã vou-me lembrar de ti. Todos os dias... até um dia. E nesse dia, vou-te esquecer de vez!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Primeiro beijo

Ainda te lembras do teu primeiro beijo? A sensação que tiveste quando estava prestes a acontecer? Já podem ter havido muitos beijos, muitos primeiros beijos, mas há sempre um primeiro que fica bem marcado na tua memória. Recorda-lo todos os dias. Faz-te sentir vivo.
Fecha os olhos a próxima vez que beijares alguém. Na boca, na face, na testa, na mão, seja onde for. Fecha-os. Inexplicavelmente saberá muito melhor. Não precisamos de ver para sentir. Precisamos de sentir para ver. Ver que se fecharmos os olhos, beijarmos e no final, sorrirmos, foi um beijo especial. Como o primeiro.
Quantos beijos deste hoje? E ontem? Não esperes por dias ou ocasiões especiais para o fazer. Dá só porque sim. Inesperadamente. De repente. Dá beijos longos. Beijos sentidos. Beija. Quando não souberes o que dizer, quando tiveres dito tudo, quando acordares, antes de adormeceres, a meio do dia... Sempre que te lembrares. De certo que surpreenderás muita gente. Esse simples gesto pode mudar o teu dia. O dia de uma pessoa.
Lembras-te do teu primeiro beijo? Foi especial não foi? Sorris só de pensar nisso. Faz de todos os teus beijos, o primeiro de muitos. O primeiro do resto dos beijos que tens para dar. E amanhã não te esqueças... beija alguém, de olhos fechados!

domingo, 12 de abril de 2015

Primavera



As flores nascem, as árvores florescem, os pássaros cantam e começa uma nova vida para muitos seres. Tudo muda. Os ramos vestem-se e revestem-se de folhas e flores, os pomares enchem-se de fruto, as borboletas saem dos casulos. Diz-se ser a estação do amor. Dos apaixonados. A altura do ano em que no ar se cheira a paixão e nas nuvens se desenham corações. Tudo muda. Muda por rotina, por renovação, por aventura, por mudar... Os pombinhos andam pelas ruas enamorados, os casais, novos ou velhos, andam de mãos dadas e trocam ósculos às escondidas. Por aí ouve-se o vento e com ele serenatas ao luar. Cartas de amor às portas das casas, cheiros de infinitas flores.
Tudo muda, e eu continuo com as mesmas alergias...

sábado, 11 de abril de 2015

"Dói-me o coração". Disseram-me que é mentira. Segundo alguém, o coração é o único músculo no corpo humano que não faz sentir dor. É tudo psicológico. Esse aperto, essa sensação estranha de nó sufocante. Nada disso é real. É fruto da nossa imaginação e do nosso desespero por consolo. Procuramos em tudo um motivo, uma desculpa, uma razão para esta dor inexistente. Irreal. Tentamos que seja verdade para que não nos desmotivem dizendo que não é. Sentir, sentimos... mas ao que parece o que sentimos é nada! Sentimos uma dor fantasma. Está lá, mas não existe. É impossível existir. Foi o que me disseram. Quero acreditar que é verdade, assim talvez ela desapareça ou só se lembre de mim lá muito de vez em quando, mas tenho certas dúvidas em relação a isso. Tal como possivelmente todo o mundo, sinto essa dor. Até pode não ser no coração. Pode ser lá perto e associamo-la a ele. Mas é normal. Desde sempre nos foi incutida a ideia de que a função do coração é a de uma caixa de armazenamento dos sentimentos. Vejo o coração como um frasco de vidro fechado com uma rolha de cortiça cheio de ar lá dentro. Parece vazio mas está repleto de partículas minúsculas, invisíveis ao nosso olhar distraído.  Assim deve ser essa tal dor no coração... Invisível a uns, sentida por outros, impossível de explicar. Para qualquer um, a sua razão é diferente. Podemos ou não saber qual é, podemos ou não querer saber qual é. Mas ela é. Bem real até.
Não me dói o coração, dói-me algo. Não sei o que é, mas o coração não é.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A ti, mãe...

Não há homem que te substitua a ti, mulher. Não há quem conserte os canos lá de casa, cave a terra para plantar alimento e lave o carro sempre que é preciso. Não há quem faça isso, do sexo masculino. Mas há um tu! Um tu que ama e zanga, faz o que tem de ser feito e ainda assim arranja tempo para cozinhar um bolo. Começas a ganhar rugas e notam-se as marcas dos dois filhos que trouxeste a este mundo. O teus cabelos perdem a cor mas tu pinta-los para te sentires mais bonita. És linda de qualquer maneira mulher. Pedes-me que te maquilhe os olhos, mas ao de leve, para não se notar muito. Sempre foste muito simples e herdei essa simplicidade de ti. Ris verdadeiramente e fazes-me rir também. Repito as coisas tantas vezes para que me ouças... Ouço tantas vezes as mesmas coisas... Às vezes não digo nada mas desculpa quando o faço. "-Já sei, já disseste isso..." Sentes necessidade de contar o teu dia e as tuas aventuras e eu às vezes estou demasiado cansada para te ouvir. Mas fico ali, de pé a olhar-te e a receber cada novidade que tens para me dar. Porque te amo. Não precisas de um homem para fazer o lume quando o frio do inverno nos gela os corpos. Vejo que estás a ficar velha e na brincadeira digo-to. Mas sou só eu. Todos dizem que és mais nova. A tua juventude interior irradia e ilumina-te. És linda mulher. Tens um feitio difícil de levar. Quando estás naqueles dias de turbulência, saio de casa só para não te magoar. Protejo-te apesar de ser esse o teu trabalho. Parecemos duas crianças quando estamos sós. Brigamos, brincamos, rimos e choramos juntas. Na verdade, sempre fizemos praticamente tudo juntas.
Quando queres ler as letras miudinhas dos pacotes de bolachas que adoras comer e engelhas o nariz, sorrio para ti sem saberes, porque és linda. Quando vês uma criança com um sapato com os atacadores desatados, mesmo sem a conheceres, vais lá ajudar. É esse teu jeito amoroso e genuíno, esses teus actos que saem naturalmente de ti, que me fazem sentir orgulho da pessoa que és. Entristece-me quando estás doente. Fico sempre contigo, sempre. Sento-me junto a ti e dou-te a mão. Choro com medo. Não quero que vás! És linda sabias? A tua força e a tua personalidade forte e frágil ao mesmo tempo devem ter apaixonado tantos corações... Pena teres dado o teu ao errado. Mas por um lado ainda bem, pois se não tivesses feito tal acto de loucura amorosa, não estaria aqui para dizer o quanto te amo!
Não há quem te substitua. Como mulher, como pessoa e como amiga. És linda, por dentro e por fora. Sabias?
Quero escrever. Escrever sem parar e chegar ao fim do texto e sentir-me ofegante. Mas não consigo. Há algo em mim que me impede de passar as palavras para o papel. Prende-me a mão e enevoa-me a vista. Parece tudo translúcido. Não me consigo focar e quando dou por mim nada do que está escrito faz sentido. Palavras soltas, perdidas, deambulando por linhas e entrelinhas. Sou aquilo que escrevo e não me admiro da falta de sentido que tenho. Desenho calmamente a primeira letra, bem grande e redonda com esperança que ela me dê uma espécie de iluminação para que as seguintes apareçam. Por norma o silêncio ajuda-me a ouvir melhor as vozes na minha cabeça, mas são tantas que se atropelam umas às outras e não se deixam entender. Enquanto uma diz que ama a outra diz que detesta, umas gritam outras murmuram. Os segundos a passar irritam-me e desejo que o tempo pare só para não ter de ouvir o "tic-tac" do relógio. Largo a caneta e agarro a folha toda rasurada. Fecho os olhos e vejo milhares de figuras desconhecidas a correr à minha frente. De repente tudo pára! As vozes, os segundos, as figuras, as minhas mãos que puxam fortemente um molho de cabelos. Está escuro... Fez-se, finalmente, silêncio. A minha respiração é a única coisa que ecoa pela casa.
Passou quase uma hora de loucura e tudo o que queria era escrever. Não sei o quê, só qualquer coisa. Respiro fundo e abro os olhos olhando para o papel. Está cheio. Sem sentido, as letras estão lá estampadas a formar uma redação sobre um tema incógnito. Não me interessa. Escrevi, e sinto-me ofegante.
Não me conheceste na pior fase da minha vida. Já passei por ela e felizmente não estavas lá para ver. Por ela não, por uma delas. Sei que virão mais, como a que parece estar a começar agora, novamente. Lamento que tenhas de me ver no meu pior estado de sanidade mental. Não tens culpa, mas eu também não. Tiveste o azar de estar comigo agora, neste momento crítico e complicado. Estou em cacos e tentas concertar-me. É querido da tua parte. Sinto-me feliz por isso. Quando me conheceste, não era o que me tornei agora, nestes dias, tão repentinamente. Sou um emaranhado de sentimentos e os meus olhos enchem-se de um brilho de desespero a toda a hora. Não quero que penses que estou maluca. Pensa antes que estou em tempo de batalha. Talvez contra mim e, por isso mesmo, por não saber bem contra quem estou, não quero que lutes comigo. Preciso que tenhas paciência. Por vezes nem vais notar que estou num estado de depressão tremenda e num abismo infinitamente profundo. Vou-te parecer distante. O meu olhar vai muitas vezes parecer-te vazio, sem vida. Mas estou aqui, para ti. És tu que me dás força. Fazes-me manter a calma. Não te zangues por não te falar sobre isto, não estou habituada a fazê-lo. Um dia escrevo-te, se quiseres.
Espero que o que conheces de bom em mim te faça ficar até essa minha parte voltar. Espero que andes por aí, presente. Mas não espero que me esperes. Podes-te cansar e ir. Não vás! Sinto-me confusa, revoltada e com medo. Já senti tudo isto antes e sinceramente, sabia que ia voltar a acontecer. Só lamento que tenha sido agora que te conheci. Agora que estava feliz. Não é fácil, nem para mim, nem para ti. Dizes que não mas eu sei. Queres-me proteger de mim mesma mas eu estou a fazer o mesmo. Quero-te proteger de mim! Posso ser perigosa.
Dizes sempre que o tempo cura tudo, mais cedo ou mais tarde... Tento acreditar nessa tua esperança. Queres-me fazer sorrir porque dizes adorar o meu riso parvo. É tão difícil por dar esse lugar às lágrimas. Elas correm-me pela cara, lentamente. Não gosto que me vejas assim e tapo a cara. Refugio-me nos teus braços e pronto, espero que tudo passe. Mas não passa... Só durante uns segundos é que esqueço uma ínfima parte do meu sofrimento.
Estou numa má fase, mas vai passar. Não prometo, só espero que passe.

"Nada acontece por acaso"

"Nada acontece por acaso", penso eu todos os dias quando deparada com a grandiosidade da vida. As coisas que passam, que se passam e que acontecem, que confundem e se entranham no pensamento e  fazem doer. Desejo por vezes, por imaginar, ter sossego a minha própria inquietação. Estar em paz, como se ela me pegasse na mão e não mais ma largasse. Acerco-me de algo e sento-me. Fico. Não falo e nesse momento sou só eu e o silêncio, a solidão. Ficam os pensamentos, a correr na minha mente e atordoando-me a alma. Sou uma coisa qualquer, natural, que tem alma e sente, fala com os rios pois eles nunca se cansam e, tal como os meus pensamentos, correm (maluquice).
Dou por mim a sorrir. A chorar. Ou a fazer ambas as coisas pensando que estou a dar em maluca. Falo de mim própria aos meus próprios pensamentos. Vejo tudo por fora, e por dentro. De dentro para fora pois sem o que o está dentro , nada existia. A vida nada deixa e nunca regressa a nós. Cansa-nos. Passemo-la silenciosamente, sem grandes desassossegos. Ou damos em malucos. Com dor. Dor por pensar que a vida passa e nada fica, mas isto sem ser por acaso.
Quando o nosso pensamento nos absorve, esquecemo-nos da realidade. A alma não pode pensar que existe, pois se pensa, não queremos que exista. Mas talvez eu queria, goste de pensar. Estou sempre a fazê-lo. É uma sombra que me deixa ver o sol. Sinto-o às vezes. Quando paro de pensar. Porque é que pensamos coisas tristes? Sentimos e vivemos a vida e tudo o que nela acontece. Tudo tem a sua razão de ser. E tendo alguma esperança ainda, penso: "Nada acontece por acaso".

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Ridiculamente feliz!

Sou ridícula! Tenho uma vontade incontrolável de me embriagar de vida e sentir a nudez do vento. Estou farta deste fardo pesado que são as coisas. Quero sentimentos, mar e sol... Quero sentir areia nos pés, palha presa no cabelo e folhas a roçarem-se nas minhas pernas. Quero palavras estupidamente carinhosas e simples. "Olá". Quero um sorriso parvo, de orelha a orelha e meio desajeitado. Uma caricia na mão e um empurrão provocador. Quero sentir o som das abelhas e arrepiar-me com isso. Andar pelo campo só com uma camisola de tamanho XXL no corpo, uma coroa de flores na cabeça e uma trança despenteada. Ter uma casa na árvore e desenhar nela um coração com as nossas iniciais. Apetece-me loucamente fugir e atirar-me ao mar à luz da lua, nadar até me cansar e depois deitar-me na praia a contar as estrelas sozinha. Ridiculamente, tenho vontade de fazer tudo o que seja estupidamente louco! Quero fazer tudo o que me possa deixar feliz no meio desta triste vida que tenho. Uma vida monótona e cheia de gente medíocre. Gente com medo de arriscar por elas e pelos outros. Gente com medo de beber demasiado aquilo que deve e despir o que deve. Andam todos demasiado sóbrios de si mesmos, embebedando-se de coisas disparatadas e caras como álcool, andam engravatados de negócios e usam saltos altos de vaidade. Não há simplicidade na vida deles. Tristes... Daqui a uns dias (meses vá...) vou ser como eles. Mas não quero! Não quero chegar ao 18 onde tudo fica preto, branco e cinza, não há mar, sol e vento sem ser nas estações do ano. Não há nudez de espírito, embriagados de amor e palavras pequenas. Quero ficar para sempre assim, dona da minha felicidade. Decidir quando posso correr por aí, cair e esfolar um joelho, ver uma joaninha a voar e gritar ao sete ventos o meu nome sem que ninguém me mande calar. Quero sentimentos, actos, timidez e declarações. Quero beijos doces e molhados com sabor a gelado de chocolate. Quero abraços apertados e duradouros. Quero cheirar a mar e sentir o sal da água na pele. Apanhar escaldões e empanturrar-me de guloseimas. Quero ser uma adulta ridícula e feliz! Diferente e única, tal como sou agora. Passarei os meus dias satisfeita por ser livre como um passarinho, uma bola de sabão ou uma folha de uma árvore... Passarei a minha vida feliz, por saber que sou eu, tal e qual como sou agora!

Engramas

É como se a nossa memória fosse uma peça de barro, inicialmente perfeita ao olhos de quem nos criou, que com o tempo fica imunda de engramas. Cada marca fica para sempre, marcando esta nossa peça, capacitando-nos de alcançar a imperfeição. Tornamo-nos reféns dos nossos próprios vincos, da nossa história e da sociedade engramada em que estamos inseridos por destino, ou por sorte. Acho que é mais por azar. Pelos outros e não só por nós, modificamo-nos. Moldamos cada pensamento primogénito no mais antiquado possível. Ficamos antiquados não pelo seu significado original e genuíno. Tornamo-nos por não termos mais livre arbítrio. Somos marionetas do mundo. Com os dias, a nossa memória modifica-se. Perde a sua textura lisa e pura passando a uma imensidão de rugas, altos e baixos. Lembramo-nos às vezes de quando nada era como é. Ou tentamos imaginar como seria. Sentimos algum sossego por achar que antes disto, havia aquilo... e antes daquilo algo que seria para nós, perfeito. Mas todos sabemos que não existe tal coisa. A perfeição. É fruto da nossa imaginação e desejo de uns pobres seres humanos ferrados por erros prolongados. Memorizamos tanta coisa. Esquecemos tanta coisa. Esquecemos o que queremos lembrar e lembramos o que esperamos e tentamos com todas as nossas forças esquecer e colocar atrás das nossas costas. Talvez seja essa parte do nosso corpo (peça de barro), a mais vincada e sofredora. Continuamos, de cabeça erguida e com a expressão facial com que começámos esta jornada. Sabe-se. É visível cada mudança. Mesmo disfarçando, as tais engramas são muitas vezes demasiado fortes e profundas. Mas não passam de memórias da nossa memória, que temos de esquecer!

terça-feira, 7 de abril de 2015

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Fascino-me com pontos finais. Terminam um velho capítulo para que um novo se inicie. Uso-os após uma frase. Uma palavra. Uma. Deixam as letras com mais sentido no meio dos meus textos. Sozinhos ou pegadinhos a mais dois, mudam totalmente o sentido de tudo. Tornam cada expressão uma incógnita... Ou algo decisivo. É o que tiver de ser ou o que quiseres que seja. Deixo ao teu critério.
Não é por acaso que é o sinal de pontuação mais utilizado no mundo... É simples e precioso. Necessário para a compreensão de palavras, frases, textos, músicas, declarações... Indispensável para qualquer escritor. Para todos os amantes da escrita. Para os fascinados por pontos finais...

"gosto de ti desde aqui até à lua e de lá até aqui"

Desejo ser algo grande. Já que o meu tamanho é pequeno, que tudo o resto compense isso. Não espero fazer grandes feitos... Nada disso! Até posso fazer as mais mínimas coisas, os mais imperceptíveis gestos e dizer as mais sussurradas palavras. Farei isso. Quero-o! Quero porque acho que são exatamente essas coisas que me tornam do tamanho que quero ser. Quero ser algo tão bom que farei com que não desejes nada mais do que aquilo que te poderei dar. Pode ser pouco, mas é o máximo que conseguir.
Acredito que as pessoas recebem da vida amor na medida em que o merecem. Logo, dar-to-ei na medida em que o mereças de mim. Mas eu sou muito... não sei bem. Não gosto de amar nem muito nem pouco. Digo que isso dos sentimentos não se mede. E é verdade! Não há medida para o amor, para a amizade, tristeza, ódio... Não se gosta nem muito nem pouco. Ou se gosta ou não! São coisas muito sensíveis, que detestam ser medidas e etiquetadas com números. Tal como eu.
Posso dizer muitas vezes até "gosto de ti desde aqui até à lua e de lá até aqui", mas é mentira. Eu nem sei a que distância estamos daquele determinado ponto da lua a que digo chegar para provar que gosto de ti... Tretas. Gosto e pronto, não tenho de to provar dessa maneira ridícula e impossível para mim. Prefiro provar-to com um olhar. Um sorriso sincero e um aceno envergonhado vindo do nada. Prefiro que o saibas com um gigante "gosto de ti". Um que venha do coração e não da lua.
Sou muito pequenina. Não na medida em que os outros me vêem mas no tamanho que me é dado pelos centímetros. Porque para mim sou grande. Ou pelo menos tento. Sou tão grande que chegarei a uma estrela para ta dar. Uma estrela-do-mar claro. Não chego às outras. Mas faz de conta. E por favor sorri-me quando fizer todas estas pequenas, mínimas e quase imperceptíveis coisas. Sorri e saberei que gostas de mim também.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

domingo, 5 de abril de 2015

Não será fácil, prometo. Não sempre, mas muitas vezes será como remar contra a maré, escalar sem corda e querer chegar à Lua sem um foguetão. Prometo também outras vezes, fazer com que te sintas a pessoa mais feliz do mundo que conheces. Farei de tudo para que não te canses de mim. Todos os dias serei diferente, ora fechada a mil e uma chaves nos meus pensamentos, ora um campo aberto ao céu estrelado. Chorarei e sorrirei contigo. E acredita que te vou fazer rir e chorar! Não te quero assustar nem afastar, simplesmente quero avisar-te antes de mais o quão difícil sou. Quero que sintas em ti todas as borboletas existentes e os teus pés nas nuvens mais brancas. Mas (in)felizmente, por vezes, sentirás nós no peito e uma tempestade sobre ti. Vais querer fugir de mim mas será nesses momentos que verás que o que te faz ficar tem muito mais força. Quero proteger-te daquilo que sou. Não que seja má pessoa mas porque torno tudo um pouco complicado. Misterioso... Amar-te-ei com gestos, palavras e pensamentos. Coisas banais e extraordinárias. Pequenas e grandes coisas. Dir-te-ei palavras de alegria e de tristeza, mas todas vindas do coração. Deixar-te-ei sem elas. Talvez por não saberes o que dizer ou talvez por tas tirar com um beijo. Não te zangues. Não te canses. Fica porque posso precisar sem to dizer. Vais ver que sim. Prometo que será difícil, mas valerá a pena.

Silêncio à noite

Na grande imensidão do silêncio, quebrado pelo som da chuva e daquela música, que invade o nosso ser fazendo com que tudo o que é alheio deixe de existir, eu fecho os olhos e parece que sou tocada pela escuridão. Como se quisesse ir para além do inalcansável. Sentir o intocável e ficar... sem pensar que tenho de partir.
De vez em quando, ouço as batidas do meu coração, como se alguém quisesse entrar. É como se fosse uma pequena melodia em conjunto com as pequenas gotas de água que batem na janela.
Fecho os olhos. A vida é muito mais colorida vista de olhos fechados! Podemos pintar o mais escuro dos pretos com as mais diversas cores existentes e imaginárias. É fantástico como vemos o que não está à nossa frente. Fechamos os olhos e abraçamos o momento.
Vemos o distante, sentimos a chuva e ouvimos o coração.

Dança

Esta é a minha maneira de fugir ao mundo, de me desligar das coisas e cansar-me sem ficar cansada. Faço-o por me sentir bem, por me sentir eu na minha mais simples maneira de ser. São os esforços atrás de esforços para aperfeiçoar o imperfeito que me fazem querer continuar. São as horas exaustivas que me acalmam do stress lá de fora. São os movimentos espontâneos e os planeados que me deixam apaixonada sempre que os executo. Não vou parar nem deixar que me parem. Pode parecer loucura, esta entrega e força com que me deixo ir sempre que começo a dançar. Mas o (meu) mundo é feito para os loucos. É feito para fugir ao mundo e dançar de alma e coração sem pensar em mais nada. Continuo a mesma pequenina com o mesmo sonho. Sonho que realizo sempre que piso um palco iluminado de notas musicais e aplausos. E sorrio. Respiro bem fundo e vejo que o melhor palco é o meu mundo!

Apresento-vos, EU

Olá pessoal,
Desde pequena que tenho um "bichinho" especial para as palavras e sempre vi nelas uma das formas mais incríveis de expressar os meus sentimentos. Comecei como sendo uma brincadeira e fazia-o lá muito de vez em quando sempre que me lembrava... Escrevia histórias para o meu maninho, contava-as às crianças mais novas do que eu e não fazia muito mais que isso, até há uns anos.
Penso que todos têm os seus momentos de inspiração e o meu primeiro foi repentino, como uma pancada na minha vida que me fez ver que talvez devesse ir mais além. E é esse o meu objetivo neste momento, experimentar algo novo e partilhar com vocês as minhas palavras.
Não sei como vai correr e não prometo escrever-vos regularmente uma vez que a minha profissão (estudante) não permite que me entregue a isto a 100% como gostaria. No entanto, espero que gostem desta parte de mim e que vos faça sentir algo, talvez o mesmo que eu, ao lerem tudo o que vos mostrar.

Beijinhos,
SP